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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

RETRATO




Morbidez tétrica.
Agonia nefasta que atormenta e afasta os sentidos até o último momento.
Sugadores sanguinários observam sorrateiros em posição de ataque.
A mente pressente o perigo e fica à espreita.
Mas o coração, disléxico, desmente tudo e assume o risco de continuar batendo, batendo...
Melodia retumbante ecoa por caminhos tortuosos corpo afora, espontaneamente, num compasso tenebroso e rápido.
O peito arfante arde em fogo; oprimido, comprimido, pede mais.
Maléfico tráfico do gozo tramita pelos poros.
Gotas tingidas de rubro dançam na transparência da luz.
Os olhos assustados tremulam nas órbitas dilatadas em busca do óbvio – jogo do mal.
A boca escancarada deforma o rosto sombrio.
Pidonha, arreganha os dentes feito fera.
Esboça um sorriso alucinante.
O gargalo, intumescido pela espera, vibra feito um fio teso, a ponto de romper-se num berro.
Insólitos instantes de tremor em que tudo é móvel; abaixo, acima e em derredor; não há onde pegar.
O cérebro tenta, mas os controles não obedecem.
A vida vegeta simplesmente.
A droga draga a fome e o espírito, até o ponto em que tudo não passa de uma sombra e se apaga.

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TEMPESTADE - (Profecias)


Nuvens negras começam a turvar o céu
Vozes malignas trovejam ofensas e desaforos
Olhos vermelhos chispam em todas as direções, feito raios
Não há dúvida, se prepara, aí vem uma grande tempestade
Ainda ontem a felicidade jazia em nós, por todos os nossos poros
Ainda ontem, mas hoje; hoje criaturas invisíveis e malévolas tentam, a todo custo, envenenar minha cabeça
Não sei o que pode acontecer
Não sei o que vai acontecer
Estou com medo!

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