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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

POESIA

Relógio:
Figura da web



A ESPERA
Na andança das horas
Os ponteiros marcam o tempo
É quase um desespero:
Tic-tac, tic-tac
Ando pela sala,
Espio pela janela,
A rua está deserta,
Mas a noite... Ah, a noite está linda!
A lua, toda soberba,
Paira sobre os edifícios
Iluminando as cumeeiras.
Faz frio, muito frio.
Ela vai chegar a qualquer momento.
Abro uma garrafa de vinho.
Preparo uma taça, melhor,
Preparo duas.
Olho para o relógio,
Indiferentes à minha ansiedade
Os ponteiros seguem sua marcha:
Tic-tac, tic-tac
Imagino ter ouvido um carro chegando
Corro à janela.
Nada!
Será que aconteceu alguma coisa?
Ligo o som.
Testo o volume em várias alturas.
Como será que ela gosta?
Baixinho, bem baixinho.
A canção chega aos meus ouvidos,
Melancólica:
...Minh’alma presa à tu’alma,
Me acalma, me acalma
Fecho os olhos e danço,
Como se ela estivesse ali,
Com o rosto colado ao meu.
...Teu amor é demais pra mim
Ele me deixa assim, me deixa assim
Olho para as taças vazias,
Assim como eu, elas também esperam.
Desvio o olhar para o relógio.
Insensível, minuto a minuto,
A hora passa:
Tic-tac, tic-tac
Apanho o celular,
Digito uma mensagem:
Oi querida! Você é tudo pra mim
Estou ansioso à sua espera.
Vem logo! Te amo
Aciono a tecla.
Fico esperando uma resposta.
Uma luzinha pisca incessantemente
Paralisando-me por um instante.
Um pequeno “clic” me tira da hipnose.
Corro para a porta e a abro
Num solavanco.
Imóvel, serena,
Ela me olha sorridente,
Perfumada,
Linda!
Seus olhos verdes se fecham,
Os meus também.
O beijo atravessa toda a sala,
E cai sobre o sofá.
O relógio, teimosamente, continua com o seu: Tic-tac, tic-tac
Querendo alertar-me sobre o tempo.
Dou de ombros, agora não há mais pressa.
A noite estava apenas começando!

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