Powered By Blogger

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Aí, pessoal.
Por absoluta falta de tempo deixei de postar meus rabiscos no blog. Mas estou voltando aos poucos. O texto abaixo é mais um do meu arsenal de registros. Já postei há algum tempo algo sobre os livros, agora sobre cadernos. Podem ler e comentar.


MEUS CADERNOS            

Há muito não os tenho comigo, entretanto, é quase impossível esquecê-los. Foram tantos anos juntos! Um ao lado do outro, agindo coniventemente, diante das mais diversas situações, na maior cumplicidade. Falar de cadernos é voltar no tempo. Ótimos tempos! Salas de aula, uniformes, colegas, amigos, professores, recreios, tarefas e... Provas! Antes quantas dificuldades, agora quanta saudade! Muito do valor de um homem, pode ser medido pelo grau de educação que possui. E toda educação passa, necessariamente, por um caderno. Seja ele uma simples brochura ou um imponente capa dura; estará sempre aberto, passivamente, a espera de um registro, uma idéia, por mais simples  ou sofisticada que seja. Vejam só quanto devemos a ele.

                        Meus cadernos foram uma espécie de diário, onde registrei as coisas que queria e as que não queria. Algumas necessárias, outras não. Abusei de suas folhas e deitei sobre elas um bocado de escritos garranchosos e tolos; sobre pensamentos voláteis, próprios da adolescência de personalidade inacabada. Mas também é verdade que, daquelas mesmas folhas, brotaram o ímpeto de aprendiz, através da escrita. O tempo passou, hoje sou um adulto e confesso: sou muito grato aos meus cadernos. Não sei o que seria de mim sem eles. Percebo que, se os tivesse guardados e pudesse publicá-los, teria, com certeza, uma pequena obra reveladora de um pedaço de minha vida.

                        Meus cadernos foram meus primeiros confidentes, guardiões de meus segredos, uma extensão de mim. Pois uma boa parte do meu modo de ser e de pensar, estavam ou ainda podem estar lá, em suas (talvez) amareladas páginas, se é que alguma resistiu a tanto tempo. Nossa memória é capaz de retroagir e remeter-nos à lembranças da longínqua infância. Assim também são nossos cadernos. É provável que uma releitura em suas páginas, seja capaz de reavivar momentos surpreendentes e distantes. Possibilitaria comparar procedimentos, mensurar conhecimento pessoal, recomporia o tempo. Só mesmo parando para escrever sobre eles, é que denotamos o grau de importância que exerceram (e exercem) em nossas vidas.

2 comentários:

  1. É, cadernos são ferramentas de aprendizado, arquivos de histórias pessoais, cúmplices a quem confessamos nossos segredos. Por isso nós que os amamos tanto, não conseguimos substituí-los totalmente pelo computador, pelo notebuque, por tablet ou por outros que tais. Fidélis, vc mandou bem. Texto gostoso, tocante diria até poético.

    ResponderExcluir
  2. Hei...! Jaime BR ficou manêro heim? Gostei da novidade.

    ResponderExcluir