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terça-feira, 2 de agosto de 2011

SE MEU CACHORRO FALASSE

                        Se falasse?  Acho até que fala mesmo. Aquele jeitinho especial de abanar o rabo e murchar as orelhas, esboçando um enigmático e inquestionável “sorriso”, quando é chamado, diz quase tudo. Só que não sou louco o bastante para querer saber o que ele diz, sob pena de ouvir o que não quero. Pois, empaticamente falando, se fosse um cachorro, minha opinião a respeito dos homens não seria nada agradável, nem muito simpática. Em primeiro lugar iria logo exigindo, em juízo, melhor qualidade de vida, seguro saúde e indenização por abandono, enxotagem e pontapés, mesmo sabendo que a raça humana dá tratamento idêntico a semelhante seu.
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                        Sobre maus tratos não é uma presunção, são evidências. Suponho que, se meu cachorro falasse, um de seus maiores desejos seria o de fundar um sindicato, o SINPROCÃO – Sindicato Nacional de Proteção Canina. Dentre as diversas funções da entidade, as mais importantes seriam as de dar proteção e garantir direitos a espécie Canina quando sofresse, injustamente, maus tratos ou qualquer tipo de abuso. Por conta disso poderiam, por exemplo, deixar de dar proteção às pessoas ou de fazer a guarda de lugares, se não recebessem a devida quantidade de ração e água nas horas e dias certos. Poderiam também fazer paralisação de protesto caso não fossem reconhecidos como um dos maiores e principais agentes diminuidores da monofobia humana, graças ao senso de amizade que possuem e distribuem gratuitamente.
                        Ainda bem que a regra de tratamento dada ao cão não é geral. Existem boas exceções. Amiúde ouve-se falar de pessoas, bem intencionadas, que em ato de profunda gratidão pela companhia recebida durante a vida, acabam por deixar polpudas heranças a seus cães. Se meu cachorro falasse, agradeceria. Contudo não tenho nada para deixar a ele quando eu me for.
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                        Muita gente não enxerga os cães com bons olhos. Vêem neles apenas um animal rabugento e ameaçador. Se meu cachorro pudesse dizer alguma coisa, certamente iria achar que tudo isso não passa de uma tremenda intolerância, impertinência barata, estresse. Eu, assim como ele, acho que os homens fazem coisas bem piores e vivem se auto ameaçando. Além disso, um número cada vez maior de pessoas, vêm recebendo tratamento se não pior, pelo menos idêntico ao dado aos cachorros. Dizem que o cão é o melhor amigo do homem, mas a recíproca não é verdadeira. É comum comparar-se uma vida ruim, dolorosa, sofrida, a uma “vida de cachorro”. Essa máxima da sabedoria popular é uma demonstração de que a relação de amizade entre “homo sapiens e caninu” ainda deixa muito a desejar. E advinha quem sempre leva a pior?
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