SE MEU CACHORRO FALASSE
Se falasse? Acho até que fala mesmo. Aquele jeitinho especial de abanar o rabo e murchar as orelhas, esboçando um enigmático e inquestionável “sorriso”, quando é chamado, diz quase tudo. Só que não sou louco o bastante para querer saber o que ele diz, sob pena de ouvir o que não quero. Pois, empaticamente falando, se fosse um cachorro, minha opinião a respeito dos homens não seria nada agradável, nem muito simpática. Em primeiro lugar iria logo exigindo, em juízo, melhor qualidade de vida, seguro saúde e indenização por abandono, enxotagem e pontapés, mesmo sabendo que a raça humana dá tratamento idêntico a semelhante seu.
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Sobre maus tratos não é uma presunção, são evidências. Suponho que, se meu cachorro falasse, um de seus maiores desejos seria o de fundar um sindicato, o SINPROCÃO – Sindicato Nacional de Proteção Canina. Dentre as diversas funções da entidade, as mais importantes seriam as de dar proteção e garantir direitos a espécie Canina quando sofresse, injustamente, maus tratos ou qualquer tipo de abuso. Por conta disso poderiam, por exemplo, deixar de dar proteção às pessoas ou de fazer a guarda de lugares, se não recebessem a devida quantidade de ração e água nas horas e dias certos. Poderiam também fazer paralisação de protesto caso não fossem reconhecidos como um dos maiores e principais agentes diminuidores da monofobia humana, graças ao senso de amizade que possuem e distribuem gratuitamente.
Ainda bem que a regra de tratamento dada ao cão não é geral. Existem boas exceções. Amiúde ouve-se falar de pessoas, bem intencionadas, que em ato de profunda gratidão pela companhia recebida durante a vida, acabam por deixar polpudas heranças a seus cães. Se meu cachorro falasse, agradeceria. Contudo não tenho nada para deixar a ele quando eu me for.
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