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sábado, 12 de março de 2011

Redigindo:


Estou mostrando mais um trabalho feito por mim e pelo meu filho em 2001, quando ele tinha 10 anos de idade e treinava redação. É interessante comparar pontos de vista e visões diferentes sobre um mesmo tema:

SE EU PUDESSE TER ASAS(Filho)


Imagem  da Web
Se eu pudesse ter asas, faria amizade com os passarinhos,
e nas pontas das árvores, construiria os meus ninhos.
Se eu pudesse ter asas, voaria pelo mundo inteiro,
sem me preocupar com passagem, hospedagem ou dinheiro.
Passaria pelo Japão, para comer sashimi com macarrão.
Iria também a Inglaterra, conhecer pessoas daquela terra.
Voaria por todo o Brasil, para conhecer o folclore desse povo tão gentil.
Passaria pela Alemanha, Holanda e Espanha.
Voaria por Seul e por toda a América do Sul.
Passaria pelo Afganistão, sem nunca cair no chão.
Se eu pudesse ter asas, veria o teto de todas as casas.
Enfrentaria o sol, a chuva, a neve.
Passaria pelo ar como um pássaro leve.
Infelizmente não tenho asas, só vejo a frente das casas.
Mas se um dia eu conseguir, todos estes sonhos vou cumprir.



SE EU PUDESSE TER ASAS(Pai)

É comum deparar-se com escritos sobre as fantasias das pessoas. Me lembro que mesmo eu já andei rabiscando alguma coisa sobre o assunto. Numa das vezes dizia que estas fantasia são exatamente a razão de viver dos indivíduos. Não a vida orgânica com todo o seu metabolismo, mas a vida enquanto expectativa do que está por vir. Coisas do tipo, “o que vou ser quando crescer?” Neste aspecto todos fazemos planos e sonhamos, criamos fantasias. Julgo sinceramente, que são estes sonhos e fantasias a grande força que leva as pessoas a acreditarem que podem vencer qualquer obstáculo; a tal ponto que, tirando-lhes isso, sucumbem facilmente. É por esta razão que se torna quase inaceitável pensar que alguém não tenha a sua fantasia. Seria igualmente impossível imaginar a predileção dos indivíduos sobre estes desejos. Mesmo porque fantasias são segredos de foro íntimo, geralmente escondidos a sete chaves.

Parece que, desde o princípio, ter asas foi um sonho para o homem. A mitologia está impregnada de exemplos de deuses alados; híbridos (meio homem, meio pássaro ou outro animal), com ares de superioridade, fazendo e desfazendo sobre os mortais. Difícil precisar se é bom ou ruim, a verdade é que o ser humano é terrivelmente defeituoso. Somos ambiciosos, egoístas, ciumentos, invejosos. É o preço que pagamos por nossa inteligência. Por conta desses defeitos o homem sonha, cria asas e sobrevoa mundos distantes, fantásticos, inimagináveis. É muito provável que lá nos confins de nosso inconsciente, creditamos superioridade às aves em virtude de sua capacidade de voar, enquanto ficamos aqui, mortos de inveja, querendo ter asas também. Mas, se não podemos tê-las, pelo menos façamos de conta que sim!

Desde a lenda de Ícaro que o homem persiste em voar, voar... Não pôde ter suas próprias asas, mas dotou máquinas com elas. De posse dessas magníficas parafernálias, corta os céus em busca de novos rumos, na terra ou fora dela. Se eu pudesse ter asas, acho que não saberia o que fazer com elas. Não por ter medo de voar, mas por entender que, neste intrincado mundo já seria muito bom, se cada um conseguisse dar conta de seu próprio jeito de ser. Entretanto, como sonhar não custa nada, me junto a todo o resto da população da terra, para usufruir de minhas fantasias ilimitadamente.

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