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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

MINHA MINÚSCULA CIDADE NATAL









Estação Ferroviária

Adelzon Alves,
filho ilustre e famoso,
amigo de muitas madrugadas - Já foi da Rádio Globo e hoje é da Rádio MEC, sempre comandando programas interessantes.


REDOMA DE CHOCOLATE - 010   

No tempo em que o Norte do Paraná estava sendo colonizado, Congonhas era um simples vilarejo encravado entre colinas. Pode ser até que em algum momento do passado, seus administradores tenham tido o desejo de elevá-la à categoria de cidade, aproveitando o traçado da linha férrea que cortava o patrimônio. Mas nunca passou de um lugarejo. Não fossem hoje o asfalto contornando a antiga praça, algumas construções de alvenaria, que substituíram velhos casarões de madeira e a floresta que desapareceu, dando lugar às plantações, antes de café, hoje de outras lavouras sazonais, Congonhas seria a mesma de antes.

Vista de longe, para quem vem do noroeste, parece uma donzela estirada de costas, com os seios à mostra, apontando para o céu. Uma deusa qualquer, que em outras eras deitou-se ali para descansar, dormiu e nunca mais acordou. E que talvez, por castigo pela ousadia de sua ociosidade, a natureza a tivesse transformado naquelas pequenas elevações.
Imagem da Web

Em Congonhas tinha o Serviço de Alto Falantes do Galatti, do Tonico Bastos, do Açougue dos Galafacci, da Venda do Juquinha, do armazém do Garcia, do bazar do Yanaka, do Perobão, padrinho que nunca conheci, da Maria do Brejo, do Adelzon Alves, filho ilustre e famoso, amigo de muitas madrugadas. do Mané Cavúcu, meu tio, cantor de samba e jogador de bola. Congonhas de outros tios e tias que marcaram nossas vidas com tantas saudades: Tio Delfino, Tio Taíde, Tio Laudomiro, Tio Antonio Cavucão, Tia Ionice e Tia Zolina. Uma mistura de tios brancos e negros, responsáveis pelo tom pardo dos remanescentes de hoje. Mas a essência veio de muito longe, de além mar, depois de aportar em Minas Gerais, presa em pesados grilhões. Quis a Força dominadora de todas as forças, que a mistura se desse no Paraná, em Congonhas.

Congonhas de longínquas lembranças que retroagem a cinco anos de idade. Do rio pedregoso e de águas claras em época de seca e barrenta nos períodos de chuvas. Rio Congonhas. Nunca soube se o nome do rio nasceu do lugarejo, ou se o nome do lugarejo nasceu do rio, ou se ambos teriam a ver com sua xará lá de Minas Gerais. Foi nesta minúscula cidade que em janeiro de 1947, acabei desembarcando neste mundo.
Imagem da Web link-www.estacoesferroviarias.com.br

Congonhas está lá, pacata e serena. Enquanto que este filho seu, que nunca mais voltou a exemplo de tantos outros, vai para mais longe ainda. Em 2012 desembarcarei em Natal-Rn, onde espero horizontar-me um dia.

2 comentários:

  1. Querido amigo,

    Que lindo texto! Como sempre, essa alma de poeta fala alto.
    Olha, "seu" menino, nem pense em horizontar-se longe daqui, por mais distante que esteja esse dia. Que papo é esse?

    beijos e beijos
    Helena

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  2. Ai Helena,
    -Claro que quanto mais tempo na vertical, melhor
    -Mas não é bom esquecer-se, pois o dia da horizontal chegará de uma forma ou de outra
    -E quando isso acontecer, quero estar num lugar muito aprazível e bem tranquilo
    -Obrigado pela visita

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