BLÁBLÁBLÁ
NATAL
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Meu filho mais novo mal chegara aos 10 anos quando lancei-lhe um desafio, escrever redações. Talvez uma inquietação prematura de pai, provocada pelo desafio que um vestibular oferece aos jovens anualmente. Para justificar a tarefa, propus o seguinte: ele escreveria a dele, eu a minha e os conteúdos de ambas seriam comparados posteriormente. Foi muito interessante. Escrevemos, em dezoito meses, em torno de 40 redações cada um. Embora os temas fossem sempre os mesmos para os dois, surgiram conteúdos muito diferentes um do outro. Hoje ele tem 18 anos e já cursa o primeiro ano de Ciência da Computação. E quer saber? Valeu a pena. Ele quase conseguiu 100% dos pontos da redação no vestibular. Aproveito aqui o espírito natalino para mostrar um de nossos trabalhos da época onde ele conta sua história e eu a minha. Os textos são de 2002, comparem:
Começou que o meu colégio realiza todos os anos a Cantata de Natal. Como estou lá há quatro anos, desde a primeira série, participei então de quatro cantatas natalinas. Todos estes anos levamos para casa uma pizza, ¹/² portuguesa e ¹/² palmito, e saboreamos com guaraná para comemorar.
Meu pai, que canta e compõe, criou uma música que acho até que já falei dela: Blim-blaum. Meu pai lembrou-se então da música, falou com minha professora, que mostrou para a diretora, que aprovou a idéia. Quando levei a notícia para casa, ele saiu falando para as tias, tios, primos, mães, enfim todo mundo que ele conhecia.
Tínhamos treinado e aprendido todas as músicas, inclusive a do meu pai. Na hora de aprender a última música, Anel Mágico de Marcus Viana, seria um solo a música inteira. Foram escolhidas três colegas para fazer o solo. Cantaram bem mas, segundo a professora, ainda não estava muito bom. Ouviu mais um pouco e chamou-me: "Tainan, vem aqui, vamos ver como é que você canta!" Cantei, não tão bem, mas o teste ficou para o outro dia. Ela pediu que nós quatro treinássemos a música.
Falei para o meu pai e minha mãe. A partir daí eu estava submerso neste desafio e sacrifícios. Um deles é que estava perdendo as aulas de educação física, a que mais gosto, porque tem futebol. Tive que ensaiar para a professora decidir quem seria o escolhido para fazer o solo. Eu pensava: E se eu não for o escolhido? Estaria perdendo tempo aqui!? Mas fui. Soltei tudo da minha voz e a professora falou: Olha pessoal, treine bastante para o caso de, na hora, o Tainan ficar nervoso, um de vocês irá cobri-lo! Isto foi numa sexta-feira. Passei o sábado sem treinar vez alguma. Domingo logo de manhã tive que levantar para ir ao ensaio às nove e meia. Foi quando ficamos sabendo como seria a apresentação à noite. Antes eu já tinha treinado para o ensaio. Fizemos tudo o que tinha sido pedido pela professora. Treinei ainda mais o solo.
Chegou a noite. Ficamos sentados nas cadeiras enquanto o público ia chegando, aos poucos. No começo da apresentação cantávamos: Anoiteceu. O teatro todo escuro e nós com becas vermelhas e lanternas nas mãos. Cantamos outras músicas até que chegou a hora da música de meu pai: Blim-blaum. Ele foi homenageado e subiu ao palco na frente de 800 pessoas. Acho que a sensação que ele sentiu não foi igual à minha, porque está acostumado a enfrentar várias vezes, por ser cantor e tudo mais que ele é. Mas depois falou: Na hora eu tremi. Não é a mesma coisa uma música cantada por um grupo e depois por um coral na frente de 800 pessoas e todas sabendo que a música é sua. E ainda você lá em cima com aquela cara de bobão... Mas eu tava lá!
Depois de mais algumas músicas cantadas pelo coral, chegou a minha hora. Eu estava lá. Todos os testes e ensaios seriam ali, naquele minuto, colocados em prática. Meu canto foi perfeito (modéstia à parte) segundo minha professora. Outras pessoas que eu nem conhecia também vieram me cumprimentar. Diziam: Nossa, você cantou bem!? E eu que cantei para as mesmas 800 pessoas, respondia com cara de bobo: Muito obrigado! Ainda muito tímido mal acostumado com este negócio chamado fama... Achei que foi a primeira vez de muitas que virão, espero. E eu quero que venham, pois a sensação é muito boa. Experimentem!
Ao final desta cantata, a mesma pizza ¹/² portuguesa ¹/² palmito, veio com guaraná, e junto com ela um amor incomparável, inigualável, especial.
Em dezembro as últimas flores da primavera exalam, melancolicamente, o seu perfume. O verão prepara-se para bronzear tudo que achar pela frente. Uma névoa misteriosa começa a circular de um lado para outro, tomando conta das pessoas. Um misto de excitação e expectativa invade mentes e corações. Uma tendência a exaltar o altruísmo, a solidariedade e o amor, contamina a todos. É o Espírito do Natal que surge, entre sons e luzes coloridas, para anunciar ao mundo, que a grande festa cristã está começando. O anúncio é feito numa linda canção.
O impulso do Espírito Natalino é tão forte, que sensibiliza a todos, por todos os cantos do planeta. O resultado é uma reação em cadeia, que leva os homens a refletirem. Uma introspecção que vasculha o interior de cada indivíduo onde, em muitos casos, leva-o a descobrir o verdadeiro papel do ser humano sobre a terra. Quando isso acontece, o homem canta. Canta porque aceitou, singelamente, a mensagem vinda de cima, trazida pelos anjos do Senhor, sobre a causa dos humildes.
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A sociedade de Deus não visa lucros, e é totalmente despojada de quaisquer princípios que envolvam luxo, orgulho, inveja, luxúria, raiva, ganância e outros males que maculam o convívio entre as pessoas. A base da sociedade do Altíssimo é o amor. Sobre ela construiu todas as leis. Leis que garantem a regência de um Império chamado Universo, do qual só conhecemos uma partícula, a Terra. Diante da grandeza de Deus, qualquer elemento se submete. É por isso que cantamos quando a primavera vai embora, deixando para trás as flores; para exortar os frutos que virão e também para dar as boas vindas ao verão. Porque sabemos que a festa começa com a sua chegada. É por isso também que o mundo se transforma num grande coral, quando o verão chega para os povos daqui e o inverno para os povos de lá. Se os seus olhos insistem em ver estrelas. Se a sua boca só abre para dizer orações que exaltam o bem. Se as suas mãos persistem em fazer carinho. Se os seus ouvidos teimam em ouvir canções que falam de amor, paz e felicidade, então não há dúvida, você foi contaminado pelo Espírito Natalino. É porque a bondade está no ar. Já assumiu as rédeas de nossos corações. É sinal de que o Natal já chegou. Só lhes restam abrir a garganta e reforçar o coral da grande cantata, a Cantata de Natal. Então cantemos a ele!
| Tainan e Nilson Fidelis |




Pô, amigo véio!!!
ResponderExcluirFalou tudo que eu um dia pensei falar. Só que você falou com a sua palavra, um pouco diferente da minha, mas tão apropriada quanto.
Neste Natal, gostaria de desejar a todos os seus um grande momento em suas vidas. Que o Senhor de todos os Natais os abençoe e lhes cubra de bênçãos. E que você forme duplas com cada um de seus filhos, e juntos continuem entoando cantigas e prosas que falem de Paz, Amor, Compreensão, Perdão, e principalmente Caridade, todos esses sentimentos apregoados por nosso maior Espírito, Nosso Senhor Jesus Cristo, o Rei de todos os reis.
Abraços a todos.
Paulo Ventura, em nome de seus filhos Adriana, Flávia, Vinícius e Leonardo.
Ae Cumpá,
ResponderExcluir-Valeu pela passagem e pelo incentivo
-Abraços natalinos a todos
Parabéns amigo, pode dividir o espaço do blog com o filhão, pois ele manda tão bem quanto o pai. Gostei Nilson, é verdade que nesse tempo os corações ficam preenchidos de bondade e isso nos faz pensar que esse sentimento deveria se estender para o ano todo que se inicia. Gosto muito de mensagens que se traduzem nas expressões da questão social. Mais uma vez parabéns!!!
ResponderExcluirMuito bacana a percepeção de cada um em relação ao tema da redação.
ResponderExcluirAchei ótima sua idéia e vou propor a mesma coisa para o meu filho de 11 anos, vamos ver no que dá!
Nós dois temos muito que aprender a escrever rsrsrsr
Pai e filho mandam muito bem!!!!
Um abraço!! ;)
Pois é Claudia, tenta aí com seu pimpolho que pode dar certo sim. Além do excelente exercício, é uma ótima diversão para ambos.
ResponderExcluirAbraços e obrigado pela visita